sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Patrimônio estrangeiro no Brasil soma 30% da riqueza anual do país

 Censo de capitais estrangeiros 2010 do Banco Central (BC) recolhe 13 mil declarações e contabiliza US$ 660 bilhões, o equivalente a 30% do produto interno bruto (PIB). Sistema financeiro controla quase US$ 100 bilhões. Holanda e Estados Unidos são os principais países de origem dos recursos. Medidos pela primeira vez, empréstimos entre matriz e filial atingem US$ 80 bilhões.

BRASÍLIA – Os estrangeiros possuem US$ 660 bilhões no Brasil, o equivalente a 30% das riquezas produzidas no país durante um ano (PIB). Na divisão por setor de atividade econômica, o maior volume está nos serviços, com destaque para o sistema financeiro (US$ 99 bilhões). Já em relação ao país de origem do capital, a liderança é da Holanda (US$ 169 bilhões) ou dos Estados Unidos (US$ 104 bilhões), dependendo do critério usado pelo Banco Central (BC), autor das estatísticas.
Os números constam de um censo dos capitais estrangeiros que o BC faz a cada quatro anos desde 1995, a partir de declarações entregues pelos controladores dos recursos. A versão preliminar da pesquisa, com 13,7 mil declarações sobre dados de 2010, foi divulgada nesta quinta-feira (15).
O censo anterior, com valores de 2005, registrara US$ 472 bilhões. De lá para 2010, a quantia subiu 40%. A comparação entre ambos não dá uma ideia correta sobre a evolução do estoque de capital estrangeiro no país, pois o BC mudou a abrangência do censo. Passou a contabilizar também dinheiro emprestado por uma matriz no exterior para sua filial no Brasil, em operações chamadas de intercompanhia. Segundo o BC, esse procedimento é comum no mundo todo.
O total de dólares que circulou entre multinacionais em 2010 foi de US$ 80 bilhões. Excluindo-se esse montante, para que se possa comparar com o resultado do censo 2005, a variação observada nestes cinco anos foi de 53%.
Pelos setores de atividade, os US$ 660 bilhões se distribuem em 43% nos serviços, 40% na indústria e 17%, na agropecuária e mineração. No primeiro, a liderança é do segmento sistema financeiro (US$ 99 bilhões). Na indústria, bebidas (US$ 52 bilhões). E, na agropecuária/mineração, petróleo (US$ 56 bilhões).
Em relação ao país de origem do dinheiro, o BC utiliza dois critérios contábeis. Um chamado de “investidor imediato”, outro de “investidor final”. O primeiro indica qual foi a última parada do dinheiro antes de aportar no Brasil. O segundo faz um novo “carimbo” no dinheiro, levando em conta quem são os acionistas por trás da empresa investidora.
De acordo com o BC, o segundo critério “permite conhecer a origem primária dos recursos investidos, minimizando a distorção que a canalização de investimentos por paraísos fiscais e centros financeiros internacionais gera nas estatísticas bilaterais”.
Pelo primeiro critério, quem ganha é a Holanda, terra da Ambev/Inbev, seguida de Estados Unidos (US$ 169 bilhões), Espanha (US$ 125 bilhões) e Luxemburgo (US$ bilhões). Pelo outro, Estados Unidos (US$ 104 bilhões), Espanha (US$ 85 bilhões), Bélgica (US$ 50 bilhões) e multinacionais brasileiras (US$ 47 bilhões).
Fonte: http://www.cartamaior.com.br

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