segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A descoordenação da Defesa Civil



Por André Luiz da Silva
Dando apoio vírgula,
O que se viu foi uma total falta de organização das autoridades.
Se não Vejamos:
1) Do dia1o até hoje o pessoal do rafting da cidade (heróis maiores da tragédia) deram um duro tremendo. Só ontem o corpo de bombeiros enviou uma equipe. Um comandante e 5 soldados. Os 5 demoraram umas 5 horas para preparar barco e motor para por na água. Aí, depois de 2 viagens tiveram que parar tudo por falta de diesel para abastecer o motor. Tá cheio de caminhão de reunião do corpo de bombeiros, mas nenhuma ação concreta.
2) Não se comunicam com os moradores, principalmente como rafting que conhece cada palmo da cidade.
3) Comunicação não está sendo o forte nesta tragédia. Apesar de uma mesma casa estar servindo de comando para PM, Bombeiros, Defesa Civil e exército, estes órgãos não se comunicam entre si.
4) Os moradores desta casa (que apareceu na reportagem da Band). Se organizou para distribuir os donativos que receberam dos amigos de Taubaté e para oferecer lanche ao pessoal do rafting que vararam a madrugada trabalhando nos resgastes sem parar e nem comer. Mas acabaram tendo que alimentar os soldados da PM, Bombeiros e Exército!!!! (Isso mesmo eles chegaram da cidade e ficaram na dependência da alimentação oferecida pela própria população!!
5) Hoje pela manhã as autoridades não sabiam onde foi para o barco do corpo de bombeiros que ficou sem combustível ontem!!
6) O pessoal da cidade está P da vida com os helicópteros do Exército que não param de sobrevoar a cidade com equipes de cinegrafistas da Globo e da Band, mas não pousam para ajudar nos resgastes.
7) No sábado o coordenador da Defesa Civil, um comandante não sei do que (que arregaçou as mangas e trabalhou efetivamente), profere as seguintes palavras, depois de um telefonema de São Paulo: “Estou sem apoio externo. Eu literalmente não sei o que fazer”.
hoje pela manha (essa eu acompanhei pelo celular) enquanto gritavam por socorro para um morador que passava mal na parte baixa da cidade, os enfermeiros e médicos que montaram um posto na parte seca (na mesma rua) não se mobveram até o local, apesar da insistência da população.
Na parte isolada do centro da cidade, já há muitas noticias de saques nas casas!
9) Segundo relatos muita coisa ainda pode vir abaixo depois que as águas baixarem.
Mais notícias do Front:
10) Além de alimentação, precisaram da ajuda de um residente da casa que virou Comando Geral para arrumar , ligar e ajudar a operar um computador para registrar o nome das pessoas que eram trazidas da parte alta da cidade que está ilhada.
11) Pior, esse jovem teve que correr atrás de um aparelho 3G (Internet móvel) para se conectar e imprimir um mapa da cidade, porque as “otoridades” não trouxeram um.
12) O Exército também enviou um caminhão ontem com 1 tenente e 6 soldados que demoraram 1h30min. para montar uma barraca para armazenar as cestas básicas. O detalhe: num terreno muito ingreme, totalmente inadequado para o depósito de cestas básicas e desnecessário para abrigar meia dúzia de cestas.
13) Vi aqui no portal que o nosso governador após visitar a cidade pede à prefeita que não cancele o calendário de Carnaval na cidade. O cara é totalmente sem noção ou o quê. Essa foi pior do que uma senhora da defesa civil que ao ouvir um morador dizer “isso é uma calamidade pública”, volta-se contra quem proferiu a sentença e retruca: “Como é que você pode dizer que se trata de uma calamidade pública”. No que o esperto rapaz responde: “Ah! Não é? Então vamos lá no bar do Beto tomar uma cerveja!” Essa foi ótima.
Diante dos risos contidos em volta, ela ficou quieta, mas espero que tenha aprendido a lição.
Quem é de fora, não sabe o que é parar, de uma hora pra outra, de fazer aquilo que sempre se fez. Parar de ver o que sempre se viu…
É preciso um choque de formação nesse pessoal, não dá para ter a Defesa Civil como cabide de emprego para cabo eleitoral ou o que quer que valha (Há exceções entre os funcionários da DC é preciso dizer, mas sobretudo o alto comando não está preparado para agir em situações como esta).
Luis Nassif, proponho que organize uma discussão. É preciso tirar lição destas tragédas deste ano. Talvez 2 fóruns ou temas sejam importantes para a discussão desta comunidade:
A) Ocupação e uso do solo / estudos geológicos desta região da serra do mar e outras regiões do país.
B) Construção de um mecanismo de ação em momentos de tragédia no estado de São Paulo.
Os exemplos da capital paulista e de São Luís do Paraitinga revelam que não temos nenhum plano. Precisamos de um.

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